O que é impermeabilização semi-flexível?

O universo dos sistemas de impermeabilização engloba diversos tipos de materiais e tecnologias, e que podem ser utilizados em diferentes elementos de uma edificação. Para cada caso, é possível especificar um produto que vai ser mais eficiente, durável e vai garantir um melhor desempenho ao longo dos anos.

 

A primeira grande diferenciação entre os tipos de impermeabilização é classificação entre rígidos ou flexíveis, e está relacionada à capacidade do material de resistir ou não às movimentações da estrutura.

Contudo, existe no mercado um conceito intermediário, chamado de semi-rígido ou semi-flexível, e que pode gerar dúvidas sobre o que são e em que situações podem ou não ser utilizado.

 

Entendendo melhor os conceitos

 

Movimentação térmica

impermeabilização semi flexível ou semi rígida movimentação térmica

 

Para entender de maneira mais completa as diferenças entre os sistemas rígidos e flexíveis, é preciso estar familiarizado com o conceito de movimentação térmica, e quais são as consequências deste fenômeno no comportamento e desempenho dos elementos estruturais.

 

Todo material se comporta de maneira específica quando exposto à diferentes temperaturas.

Propriedades físicas como condutividade térmica, coeficiente de dilatação e módulo de elasticidade fazem com que haja mais ou menos dilatação (aumento de volume) e retração (diminuição de volume).

 

Entenda a questão:

 

No caso das estruturas, o termo movimentação térmica relaciona as variações volumétricas que são causadas pelas variações de temperaturas, em especial nos elementos que estão diretamente expostos.

São variações de ordens milimétricas, mas que devem ser previstas desde a concepção do projeto para evitar as patologias no futuro.

 

No contexto da impermeabilização, existe a preocupação com o assunto, pois a movimentação térmica é um dos maiores agentes causadores de fissuras e aberturas nos elementos das edificações por onde a água pode se infiltrar.

E por isso, o sistema escolhido deve ser capaz de suportar a estas variações, sem perder as suas propriedades.

 

Sistemas rígidos x Sistemas Flexíveis

impermeabilização semi flexível ou semi rígida

 

Os sistemas de impermeabilização rígidos, portanto, são aqueles que são utilizados em locais que não estão sujeitos à movimentação térmica, como por exemplo elementos de fundação, vigas baldrames, elementos enterrados e muros de arrimo.

 

Já os sistemas de impermeabilização flexíveis são capazes de acompanhar as dilatações e contrações do elemento estrutural, sem que sejam criadas fissuras, mantendo assim a sua integridade e impermeabilidade.

Logo, esse é o tipo de sistema que deve utilizado em lajes, coberturas e qualquer elemento diretamente exposto.

 

O que é impermeabilização semi-flexível?

Diante da diferentes necessidades dos casos de impermeabilização nas obras, surgiram os chamados sistemas semi-flexíveis (também conhecidos como semi-rígidos) que possuem características e propriedades intermediárias.

Este tipo de sistema, contudo, ainda não está descrito nas normas técnicas brasileiras.

 

Nesta classificação estão as argamassas poliméricas, que são produzidas a partir de cimentos especiais e aditivos poliméricos impermeabilizantes.

Este material é bi-componente (pó + líquidos) e de fácil preparo e aplicação, prometendo não alterar a potabilidade da água, podendo ser utilizado em reservatórios com baixa movimentação.

 

Impermeabilização semi-flexível: Locais indicados

impermeabilização semi flexível ou semi rígida

 

A indicação do uso de impermeabilização semi-flexível são locais de baixa movimentação térmica.

 

Alguns exemplos são: vigas baldrames e demais elementos de fundação, contrapisos sujeitos à solos com umidade, fontes, floreiras, reservatório de água, regiões de subsolo, muros de arrimo e poço de elevador.

 

Impermeabilização semi-flexível: Locais não-indicados

impermeabilização semi flexível ou semi rígida

 

Quando existe a possibilidade de movimentações estruturais, não é possível se utilizar de sistemas de impermeabilização semi-flexíveis ou semi-rígidos.

Locais como por exemplo lajes, vigas e pilares expostos, áreas com fissuras e trincas ativas (isso é, que variam no decorrer do tempo), áreas de percolação de água.

 

Também não é possível utilizar as argamassas poliméricas como material de acabamento superficial, pois a resistência mecânica e à abrasão é baixa.

Portanto, em áreas sujeitas ao tráfego de pessoas e veículos, é necessário fazer um contrapiso ou algum tipo revestimento final.

 

Em regiões que já apresentam patologias relacionadas à presença de umidade também não é indicado o uso de sistemas semi-flexíveis.

Neste é caso, é necessário que o sistema preexistente seja retirado, com o cuidado, também, para que não haver um sobrepeso não previsto, que pode afetar a segurança e estabilidade estrutural.

 

Modo de aplicação

impermeabilização semi flexível ou semi rígida

 

A impermeabilização com sistemas semi-flexíveis somente deve ser feita em estruturas de concreto que passaram pelo processo total de cura, de 28 dias.

O substrato deve estar limpo e completamente livre de impurezas como pó, óleos, graxas, desmoldantes.

As fissuras e aberturas existentes devem ser abertas, e preenchidas com concreto e toda a superfície deve ser molhada previamente à aplicação do produto de impermeabilização.

 

A argamassa polimérica é preparada em local estanque e limpo e com água limpa.

É preciso estar atento para seguir as recomendações do fabricante em relação à quantidade de água que será adicionada, com o risco de a qualidade final do produto ser diretamente afetada.

A mistura pode ser feita manualmente ou o auxílio de um misturador mecânico.

 

O produto é aplicado na superfície com o auxílio de uma trincha ou vassoura, respeitando as orientações do fabricante em relação ao tempo de secagem entre demãos, que podem ser de 2 a 5, dependendo do nível de intensidade da umidade.

As demãos aplicadas devem ser cruzadas.

 

Por fim, deve ser feito uma camada de revestimento (contrapiso, revestimento de piso), para proteger mecanicamente o sistema e garantir a sua durabilidade.

 

Acompanhamento técnico

impermeabilização semi flexível ou semi rígida

 

A execução de Sistemas de impermeabilização, ao contrário do que é popularmente dito, é uma etapa muito importante de qualquer obra e deve ser tratada com seriedade.

Sendo assim, o acompanhamento profissional é fundamental para garantir que os elementos estruturais estarão devidamente protegidos contra os ataques da umidade.

 

Um profissional é capaz de analisar os casos especificamente, escolher os produtos adequados e contratar mão-de-obra e empresas especializadas para executar o serviço.

 

O sistema de impermeabilização semi-flexível pode ser uma boa opção para casos em que é necessário um certo nível intermediário de flexibilidade, mas pode não ser a melhor opção para uma laje de cobertura, por exemplo.

 

Leia:

 

Portanto, a recomendação é sempre buscar auxílio de profissionais experientes para que seja escolhido o melhor sistema para impermeabilização. E no caso dos sistemas semi-flexíveis, é preciso ter em mente que o fabricante fornece a garantia apenas do produto, afinal de contas ele não é capaz de controlar e aferir se o produto foi aplicado de maneira correta.

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