A manta asfáltica é o sistema de impermeabilização mais utilizado em todo país. Versátil, flexível e fácil de ser encontrada em todo território nacional, a manta protege as estruturas de concreto armado da presença da umidade e da infiltração, que podem causar danos sérios para as edificações.
A manta asfáltica tem diferentes apresentações no mercados e consequentemente formas de aplicação específicas para cada caso. É importante estar atento para evitar erros de execução, pois são eles os maiores causadores de problemas da manta asfáltica.
Neste texto vamos comentar sobre 6 coisas que você não sabia sobre a manta asfáltica, utilizada na impermeabilização de elementos estruturais de concreto armado.
1. Quem produz a manta asfáltica não é quem aplica
A manta asfáltica é fabricada a partir de processo industrial rigoroso, seguindo as melhores práticas, e sai da fábrica conforme as normas.
A garantia do produto, ou seja, contra defeitos no processo fabril, no entanto, não está relacionada ao sucesso da aplicação da manta asfáltica.
Existem aplicadores de todos os tipos, e com diferentes graus de experiência, seriedade e comprometimento em todo o Brasil. E uma mão-de-obra não qualificada pode colocar todo o material a perder.
Por isso, por mais confiança que um fabricante X ou Y inspire, é preciso estar muito atento à quem realizará a aplicação da manta asfáltica para não ter prejuízo.
2. A manta asfáltica não dura para sempre
Um conceito equivocado que muitos brasileiros têm é de que a manta asfáltica tem uma durabilidade eterna e que nunca vai precisar ser refeita.
Talvez esta mentalidade esteja associada ao fato de que o concreto armado é um material robusto e confiável, e que segundo a norma de desempenho ABNT NBR 15575, devem ser projetados para uma vida útil de 50 anos.
Imaginando que a maioria dos imóveis no Brasil são financiados em modalidades de 30, 35, 40 anos, estes prazos de durabilidade da estrutura fazem sentido para que o imóvel permaneça íntegro e sólido quando quitado.
Contudo, a impermeabilização feita com manta asfáltica não tem a mesma durabilidade da estrutura de concreto.
De fato, o mais comum é precisar refazer o sistema entre 5 e 10 anos de utilização.
É muito comum que edificações mais antigas comecem a apresentar problemas por falha na impermeabilização das lajes.
Goteiras, manchas, mofo, descascamento de pintura, presença de material orgânico são os principais sintomas.
Quando estes sinais começam a aparecer e se intensificar, muito provavelmente significa que a manta asfáltica já não está mais sendo capaz de fazer a impermeabilização da laje de maneira correta.
Alguns usuários ainda tentam soluções paliativas locais, mas que no médio prazo acabam se tornando ineficazes.
Portanto, quando o tempo de vida útil da manta asfáltica se aproxima do fim, é recomendado entrar em contato com um profissional especializado para fazer a inspeção e, se necessário, fazer a substituição da manta.
3. A manta asfáltica não pode ficar exposta
A manta é um material capaz de impermeabilizar lajes e demais elementos estruturais com a vantagem de ser flexível e resistente aos movimentos naturais do concreto.
Isso significa que a manta acompanha as dilatações e contrações da estrutura sem perder sua capacidade de impermeabilização.
Contudo a manta asfáltica não possui resistência mecânica à abrasão e por essa razão precisa ser revestida.
A resistência superficial mecânica está ligada a capacidade de resistir à abrasão e puncionamento.
A manta asfáltica, se exposta à intempéries, tráfego de pessoas e veículos, está sujeita a rasgos e falhas.
Por essa razão não vemos mantas asfálticas expostas, mas isso não significa que elas não estão lá.
Embaixo do piso e do contrapiso, quem cumpre a função de impermeabilização é a manta asfáltica.
Como existem diferentes tipos de mantas asfálticas, logicamente há produtos disponíveis no mercado que podem ficar expostos sem revestimento, como a manta aluminizada e a manta ardosiada.
Porém, a manta asfáltica tradicional deve sempre ser revestida e protegida mecanicamente para garantir a sua durabilidade e eficiência.
4. Não é possível aplicar manta asfáltica em cima da outra. Para reforma é preciso quebrar tudo.
No momento em que se descobre que é necessário fazer uma nova manta asfáltica é preciso ter cuidado e se lembrar de que mantas não podem ser sobrepostas.
Isto significa que é preciso retirar a manta anterior para que seja aplicada uma nova.
Não é possível sobrepor mantas em função da sobrecarga que pode ser aplicada na laje.
Como vimos no item 3., a manta asfáltica não pode ficar exposta pela falta de resistência mecânica.
No caso de aplicação de mantas sobrepostas, isso significa adicionar um sobrepeso excessivo com um novo piso e contrapiso que a laje não foi dimensionada para suportar, comprometendo a segurança estrutural.
Dessa forma quando é verificado pelos profissionais que há a necessidade de se refazer a manta asfáltica, o primeiro passo da reforma é retirar toda o sistema preexistente: piso, contrapiso e a manta, para que o elemento estrutural seja novamente exposto.
A partir daí é feita uma nova aplicação do zero: limpeza superficial do substrato, aplicação de primer e demais etapas do processo de execução da manta asfáltica, até que seja feito o novo revestimento superficial final.
Quer saber mais sobre esse processo? Veja nosso post completo sobre reforma de impermeabilização.
5. Existem tipos diferentes de manta asfáltica
A manta asfáltica tem outras apresentações além daquela tradicional, comercializada em rolos de 1 metro de largura, aderida com asfalto quente ou maçarico.
A espessura média da manta asfáltica tradicional é de 3 a 5 mm, e é preciso uma sobreposição de no mínimo 10 cm nas emendas durante a instalação.
Outro produto que também é comercializado é a manta aluminizada.
Ela recebe esse nome porque recebe uma camada superior em alumínio, e não requer revestimento, sendo assim chamada de auto-protegida.
Ela também tem um lado adesivo que é colado diretamente sobre a superfície a ser protegida.
Essa manta, logicamente, é utilizada para reparos pontuais, em regiões de difícil acesso, e não substitui a manta asfáltica em situações regulares de impermeabilização de grandes áreas.
A manta ardosiada recebe este nome porque recebe grânulos de ardósia (mineral) e não requer proteção mecânica, podendo ser utilizada em regiões de cobertura não-transitáveis.
6. A manta asfáltica precisa ser descartada em local apropriado
As mantas são fabricadas a partir de materiais asfálticos, que são produtos agressivos ao meio ambiente e portanto não devem ser descartados em aterros sanitários comuns.
São insolúveis em água e não biodegradáveis, assim como os demais produtos derivados de petróleo, e devem ser tratados conforme orientação da Resolução CONAMA nº307/2002.
Portanto é preciso evitar que este tipo de material seja descartado junto ao lixo comum, sob risco de multa por crime ambiental.
E, da mesma forma, no momento de uma reforma, os custos com o descarte apropriado da manta asfáltica também devem ser levados em consideração.