A indústria de papel celulose é um dos setores mais importantes da economia do país, empregando mais de 100 mil pessoas. Para se ter uma ideia, em 2022, o Brasil foi o maior exportador de celulose do mundo. Com um investimento cada vez maior em técnicas de manejo florestal sustentável, é preciso tomar cuidado para evitar danos ambientais na outra ponta. É por isso que neste artigo vamos falar sobre a impermeabilização na indústria de papel celulose.
Com o investimento da indústria em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, é notável o empenho na preservação ambiental. Porém, para que ela se concretize, é preciso também investir em impermeabilização. Isso porque os produtos químicos utilizados na produção de papel celulose podem causar sérios danos ao meio ambiente caso ocorram vazamentos.
Neste artigo, vamos, portanto, tratar do uso de produtos químicos na indústria de papel celulose, como é o processo de fabricação do papel, quais os desafios e soluções para mais sustentabilidade nesse setor, e também sobre o armazenamento responsável dos produtos químicos da indústria de papel celulose.
Antes disso, porém, vamos ver o que diferencia a indústria de papel celulose nacional? Acompanhe!
Panorama da indústria nacional de papel celulose
Como já falamos, somos (o Brasil) o maior exportador mundial de celulose. Mas nem todas as indústrias do setor produzem celulose.
O setor, no Brasil, é dividido em plantas de celulose, plantas de papel e plantas integradas (produzindo celulose e papel). As plantas de celulose tendem a ser de grande porte, enquanto as de papel tendem a ser menores e mais regionalizadas. É nas plantas de celulose e nas plantas integradas que está a maior necessidade de impermeabilização de qualidade, mas ela também é necessária para a indústria de papel.
No Brasil, produzimos muito mais celulose do que papel. A proporção, segundo o EPE (2020), da produção Celulose/Papel é 206%. Com isso, exportamos 70% da nossa produção de celulose, enquanto 80% da produção de papel é consumida aqui.
O motivo para tanta produção é a alta competitividade da celulose brasileira, devido ao clima, solo e também à pesquisa e desenvolvimento, com destaque para o trabalho da Embrapa. Para se ter uma ideia, segundo a entidade, as duas madeiras mais utilizadas na produção de celulose no Brasil, o eucalipto e o pinus, hoje já evoluíram 40% em produtividade quando comparadas com as espécies originalmente trazidas ao país. O clima e solo auxiliam também no tempo de rotação menor, já que o eucalipto atinge idade de corte, em média, em 7 anos.
Com isso, em conjunto com o esforço da indústria como um todo, o Brasil, hoje, é reconhecido tanto pela qualidade quanto pela origem sustentável e certificada de sua celulose.
Uso de produtos químicos na indústria de papel celulose
Para transformar a madeira em celulose, no entanto, é preciso usar produtos químicos.
A indústria de papel celulose é uma das maiores consumidoras de produtos químicos do mundo. O motivo é simples: produtos químicos são necessários em todas as etapas do processo de produção, desde o descascamento da madeira até o branqueamento do papel.
Cada ramo da indústria de papel celulose fará uso de produtos químicos diferentes, mas alguns merecem destaque. São eles:
- Hidróxido de sódio, também conhecido como Soda cáustica (NaOH)
- Sulfeto de sódio (Na2S)
- Dióxido de cloro (ClO2)
- Peróxido de hidrogênio (H2O2)
Além disso, são formados, durante o processo de fabricação da celulose, subprodutos, como Licor Negro (também conhecido como Licor Preto ou Lixívia) e o Licor Verde, que são produtos bastante agressivos às estruturas de concreto, e que podem causar danos ambientais em caso de derramamento no solo.
Para entender como se dá o uso desses produtos químicos na indústria, precisamos entender como é fabricada a celulose e o papel.
Papel celulose: Processo de fabricação
A fabricação de papel celulose pode ser feita por diversos processos, sendo os mais comuns os processos químicos. Por esse processo, são utilizados produtos químicos para cozinhar a madeira sob pressão e extrair a celulose.
Alguns desses processos químicos são:
- Sulfato, ou Kraft: utilizando hidróxido de sódio e sulfeto de sódio (combinação conhecida como Licor Branco)
- Soda: utilizando hidróxido de sódio
- Sulfito: utilizando sulfitos alcalinos
- Domílio: utilizando cloro
- Organosolv: utilizando organosulfônicos
O mais comum no Brasil, no entanto, é o processo Kraft, que responde por mais de 80% dos processos de fabricação. O segundo mais comum é o processo Soda, com mais de 10%. Por esse motivo, escolhemos descrever o método de produção Kraft.
Segundo Castro (2009), entre as vantagens do processo Kraft podem ser citadas os ciclos mais curtos de cozimento, se comparado a outros métodos; a recuperação economicamente viável dos reagentes; e a produção de pastas de alto rendimento. Já entre as desvantagens, estão o baixo rendimento de polpação; o alto custo de branqueamento; o relativamente alto investimento necessário para montagem das fábricas; além do odor dos gases produzidos.
Não é só ao cozimento de madeira sob pressão com uso de agentes químicos que se resume a fabricação de papel celulose.
A produção de celulose inclui diversos estágios, como Descascamento, Picagem, Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do Licor.
Para a produção de papel, a celulose é processada em complexas máquinas que Preparam, Formam, Prensam, Secam, Calandram, Dão acabamento, Enrolam, Rebobinam e Embalam o papel.
Vamos ver essas etapas em detalhes?
Descascamento, Picagem e Classificação
Tanto o descascamento quanto a picagem são processos de preparação da fibra da madeira. Depois de preparada, a fibra é classificada. Esses processos afetam diretamente a qualidade e as propriedades do produto final.
A madeira, em geral eucalipto ou pinus, é descascada para facilitar a etapa de lavagem e peneiração e reduzir a quantidade de reagentes no processamento da madeira.
Desde essa etapa a indústria reutiliza seu resíduo: as cascas são utilizadas como combustível para gerar vapor (utilizado adiante no processo).
A picagem consiste em fragmentar as toras, criando cavacos de madeira, cujo tamanho facilita tanto o transporte quanto a penetração dos produtos químicos na etapa de cozimento. Ela é feita com picadores de disco com múltiplas facas ou com picadores de tambor (menos comuns).
Os cavacos são, então, classificados para separar aqueles com as dimensões adequadas para o processamento daqueles muito grandes (que devem ser repicados) e muito pequenos (que podem ser processados separadamente ou queimados para gerar vapor).
Cozimento (também conhecido como digestão da madeira ou pulpeamento)
O cozimento é um processo crucial na produção de celulose (e papel), durante o qual os cavacos de madeira são transformados em polpa. A finalidade da digestão da madeira (como também é conhecido o cozimento) é separar a lignina da celulose.
A madeira é composta principalmente por celulose, hemicelulose e lignina. O eucalipto, por exemplo, possui cerca de 34 a 48% de celulose, 20 a 25% de hemicelulose e 20 a 29% de lignina. Já o pinus possui cerca de 40 a 45% de celulose, 10 a 13% de hemicelulose e 26 a 34% de lignina (Castro, 2009).
A lignina é o componente responsável por dar firmeza e rigidez às fibras de celulose – o que não é desejável no papel.
O cozimento pode ser feito por processo contínuo ou descontínuo (regime de batelada), mas em ambos os cavacos de madeira e os produtos químicos são adicionados em vasos sob pressão e cozidos em temperatura elevada gradualmente, até cerca de 170 ºC.
Esses produtos químicos, no processo Kraft, são o Licor Branco (mistura de hidróxido de sódio, sulfeto de sódio e outros sais de sódio em pequenas quantidades) e o Licor Negro – ou Preto – que é basicamente um licor que resulta de um cozimento anterior, utilizado como diluente.
O cozimento é controlado por amostragens analisadas em laboratório para checagem da quantidade de lignina ainda presente na polpa (geralmente determinada pelo número de permanganato, ou Número K).
Depuração (ou Refinamento)
Após o cozimento, a polpa é transferida para o sistema de depuração. Durante essa etapa, os materiais estranhos são separados por processo mecânico, para que a polpa chegue nas propriedades desejadas para cada tipo de papel (papel gráfico, para embalagem, papel para jornal, etc.).
A polpa depurada é passada para os filtros lavadores. Nesta fase da produção, a polpa é lavada e os solúveis são todos separados das fibras de celulose. O filtrado resultante desse processo é chamado de Licor Preto, ou Licor Negro, ou ainda, Lixívia.
Composição básica do licor negro:
- 16% de sólidos;
- 37,4 g/L de Na2CO3 + NaOH;
- 7,4 g/L de Na2S;
- 1,6 g/L de Na2SO4 e
- 63,5 de NaOH (total).
(Castro, 2009)
Depois da depuração, o Licor Negro passa para o processo de Recuperação.
Já a polpa passa para a fabricação do papel Kraft, ou então para o branqueamento, para a produção de outros tipos de papéis.
Branqueamento
A polpa é branqueada com uso de produtos químicos. Eles são utilizados para purificar a celulose, removendo a lignina residual, e consequentemente branquear a polpa.
Existem diversos métodos de branqueamento utilizados pela indústria. Os agentes químicos podem ser combinados para alcançar o resultado desejado, em etapas sucessivas com lavagens intermediárias. Os principais são:
- C – Cloração, ou Branqueamento por Cloro gasoso: apesar do baixo custo, pode gerar subprodutos tóxicos ao meio ambiente;
- E – Extração Alcalina, ou Branqueamento por Soda Cáustica;
- H – Hipocloração, ou Branqueamento por Hipoclorito de Na ou Ca: usado em estágios intermediários ou finais do branqueamento;
- D – Dióxido de Cloro: é um oxidante poderoso, agindo na lignina e preservando a celulose;
- P – Peróxido de Hidrogênio: método mais brando de branqueamento;
- O – Oxigênio (O2): menos eficaz do que branqueamento à base de cloro, mas com menor produção de subprodutos danosos;
- Z – Ozônio (O3): método tido como eficaz, porém, mais caro.
Também pode ser utilizado ácido clorídrico (HCl), ácido sulfúrico, entre outros métodos.
A indústria vem transicionando, no entanto, devido aos compostos liberados para o meio ambiente nos processos de branqueamento com uso de cloro, para a eliminação do cloro elementar (ECF) e para a eliminação total do cloro (TCF).
Depois do branqueamento, a polpa passa por novo processo de depuração, após o qual é concentrada e estocada na TAC (Torre de Alta Consistência).
Recuperação do Licor
Basicamente, a recuperação do Licor Negro se dá com a sua concentração e posterior queima em caldeiras, possibilitando a recuperação dos reagentes químicos, além da produção de vapor e de eletricidade.
O Licor Preto, que é obtido como subproduto da Depuração, tem teor de sólidos de aproximadamente 14%, e é conhecido como Licor Preto Fraco. Ele passa por um processo de concentração com uso de evaporadores, chegando a cerca de 80% de sólidos, e passando a ser conhecido como Licor Preto Forte.
Esse Licor Preto Forte é enviado para caldeiras para a queima, onde a matéria orgânica é queimada (em especial, a lignina). A matéria inorgânica (formada pelos reagentes químicos) fundem com o calor gerado. O fundido é recolhido do fundo da caldeira para o tanque de dissolução (smelt), onde é dissolvido em água, resultando no Licor Verde Bruto.
O processo de queima do Licor Preto Forte também forma vapor, que é utilizado em outras fases do processamento da celulose.
O Licor Verde Bruto carrega uma grande quantidade de material suspenso inerte (denominado Dregs), que é removido antes da próxima etapa. Após a filtragem e lavagem, o Licor é denominado Licor Verde Clarificado.
O Licor Verde segue para o processo de Caustificação, onde é acrescido de Cal virgem e Água e processado em tanques em série com agitação. O processo resulta em Licor Branco e Lodo de Cal. Essa mistura, por sua vez, passa por Clarificadores para que o Lodo sedimente, e o Licor Branco saia clarificado.
O Lodo de Cal é lavado e filtrado para recuperação da soda cáustica, e depois segue para o Forno de Cal, onde ocorre a Calcinação, resultando em Cal requeimada (que posteriormente é utilizada novamente na recuperação do Licor Verde).
Produção de Papel
As fibras de celulose recebem aditivos que conferem as propriedades desejadas para cada tipo de papel. Esses aditivos podem ser cargas minerais, como Dióxido de Titânio, Caulim e Talco, ou mesmo corantes, plastificantes, entre outros.
As fibras de celulose são tratadas em máquinas com diversas etapas, entre elas:
- Preparação da massa;
- Formação;
- Prensagem;
- Secagem;
- Calandragem;
- Tratamento de Superfície;
- Enrolamento ou Corte.
A Klabin tem um excelente infográfico apresentando uma de suas máquinas de papel, e mostrando todas essas etapas.
Indústria de Papel Celulose e Sustentabilidade
Ainda que o uso de papel gráfico venha caindo (processo que foi acelerado pela pandemia de Covid-19), a mudança de hábitos do consumidor tem aumentado a demanda por papel para embalagens, assim como papéis para higiene e lenços de papel.
Como você viu (especialmente na etapa de Recuperação do Licor), a indústria de papel celulose investe bastante na recuperação de recursos. Os processos de queima que ocorrem durante a recuperação do Licor também é fonte de energia, que também é utilizada na fabricação de celulose e papel.
A maioria dos processos inclui o uso de produtos químicos diluídos em água. Na verdade,
“o segmento de celulose e papel é um grande usuário de recursos hídricos, porém devolve em média 82% da água que capta para o corpo d’água, após um rigoroso processo dentro das Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). A maior parte do volume de água que não volta diretamente ao corpo de água retorna para o ambiente na forma de vapor, como nas chaminés das fábricas, secagem dos produtos e evaporação dos tanques de tratamento do efluente. Outra parte da água utilizada no processo permanece no produto.”
(EPE e IEA, 2021)
Além disso, a madeira utilizada para a produção de papel no Brasil é de reflorestamento, sendo reconhecida mundialmente por isso.
Um desafio relacionado não só à sustentabilidade, mas também ao cumprimento da legislação ambiental, é o armazenamento responsável dos produtos químicos e subprodutos da fabricação de celulose (especialmente os Licores Branco, Negro e Verde).
O tratamento da água utilizada no processo também é essencial.
Armazenamento e Contenção de Produtos e Subprodutos da Indústria de Papel Celulose
Os tanques de armazenamento dos produtos químicos utilizados na indústria de papel celulose podem ser de vários formatos e com diferentes capacidades de armazenamento.
O material de fabricação dos tanques tende a variar de acordo com o produto armazenado, porém, eles tendem a ser em aço inoxidável, fibra de vidro, polipropileno ou concreto.
Especialmente quando construídos em concreto, os tanques devem ser impermeabilizados desde a sua construção. No caso de outros materiais, pode ocorrer, com o passar dos anos, danos à estrutura que provoquem vazamentos, e pode haver a necessidade de reparos com revestimento anticorrosivo.
No geral, esses tanques de armazenamento são instalados dentro de bacias de contenção, que tem a função de evitar vazamentos e danos ambientais, e também conter eventuais derramamentos na hipótese de fissuração ou ruptura do tanque. Além disso, existe o risco constante de vazamento em flanges, bombas e tubulações que ligam os tanques a outros equipamentos, motivo pelo qual as bacias de contenção são essenciais.
As bacias de contenção também requerem tratamento impermeável e anticorrosivo, com resistência ao produto contido no local.
A NBR 17505 (2013) trata sobre o armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. É uma norma composta por sete partes e define critérios de construção e impermeabilização de bacias e diques de contenção em áreas de armazenamento de líquidos inflamáveis, e é tomada como base para os demais tanques e bacias. Porém, como os tanques de armazenamento são sujeitos ao licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA 237/00, é importante que sejam projetados a partir de diálogos com os órgãos ambientais.
Impermeabilização para a Indústria de Papel Celulose
Na indústria de papel celulose, devido à alta corrosividade de grande parte dos agentes químicos utilizados, a impermeabilização, tanto de tanques de armazenamento quanto de bacias de contenção deve ser bem projetada.
Primeiramente, é preciso diferenciar algumas características dos tanques e das bacias de contenção:
TANQUES DE ARMAZENAMENTO | BACIAS DE CONTENÇÃO |
Armazenamento (contato primário): os agentes químicos ficam em contato permanente com a superfície impermeabilizada | Derramamento (contato secundário): os agentes químicos entram em contato com a superfície eventualmente, somente em caso de derramamento |
Tempo de exposição ao agente químico: 100% do tempo | Tempo de exposição ao agente químico: depende da rotina da fábrica, e de quanto tempo a equipe de manutenção demora para realizar a limpeza da área |
Exposição às intempéries: somente na parte exterior do tanque, uma vez que, em geral, os tanques são cobertos ou mesmo enterrados (como sump tanks) | Exposição às intempéries: constante, na mesma face que recebe a agressão dos agentes químicos. |
Temperatura de contato do agente químico: em geral, controlada pelos equipamentos | Temperatura de contato do agente químico: influenciada tanto pela temperatura de armazenamento do agente no tanque principal quanto pela incidência solar sobre eventuais derramamentos |
Necessidade de resistência mecânica: relacionada ao tamanho das partículas armazenadas e ao agitamento delas dentro do tanque, a depender do tipo de equipamento | Necessidade de resistência mecânica: na maioria das vezes, é necessário que o revestimento anticorrosivo tenha resistência ao tráfego, uma vez que a bacia pode ser acessada no processo de carregamento do tanque |
Já no caso das ETEs da indústria de papel celulose, podem ser consideradas semelhantes aos tanques de armazenamento, com a diferença de que, em geral, são locais não cobertos (a não ser pelos sump tanks, que podem ser enterrados).
Todos esses fatores, em conjunto com os produtos químicos que terão contato com a superfície impermeabilizada, devem ser analisados para o correto dimensionamento da impermeabilização.
Tipo de impermeabilização mais adequada para a indústria de papel celulose
Um dos fatores que diferencia a indústria de papel e celulose na escolha pelo tipo de impermeabilização mais adequado é que, para esse setor, todos os tanques e bacias de contenção são áreas críticas ao funcionamento de toda a operação.
Isso significa que a impermeabilização deve ser projetada de modo que seja:
- Durável;
- Anticorrosiva;
- Reparável;
- Aplicada, sempre que possível, sem necessidade de parada fabril;
- Quando houver necessidade de parada fabril, que possa ser realizado em curto espaço de tempo (em um Paradão de Manutenção, por exemplo), ou em etapas.
Todos esses requisitos são cumpridos pelo Sistema Fibersals de Impermeabilização. Além disso, vêm aliados ao expertise do trabalho em indústrias de celulose e papel que a Fibersals tem – uma empresa dedicada à impermeabilização desde 1985.
Sistema Fibersals de Impermeabilização para o setor de celulose e papel
O Sistema Fibersals de Impermeabilização é um Revestimento Anticorrosivo ideal para tanques de armazenamento e bacias de contenção de agentes químicos corrosivos, em especial aqueles utilizados na fabricação de celulose. Também é amplamente utilizado em Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), Estações de Tratamento de Água (ETAs), lajes de cobertura e reservatórios de água potável.
É um sistema de impermeabilização aplicado em forma líquida sobre o substrato existente, permitindo o envelopamento total do tanque. É possível moldar todos os detalhes construtivos, inclusive os pontos críticos e de difícil acesso.
Pode ser aplicado sobre diversas superfícies, sendo as mais comuns o concreto, os substratos cimentícios, aço inoxidável, aço carbono, plásticos, PRFV (fibra de vidro), bem como sobre azulejos e outros revestimentos cerâmicos (bastante comuns em plantas mais antigas de celulose).
Além de ser um sistema flexível, com elongação mínima de 35% já reforçado, tem resistência mecânica superficial, resistindo ao impacto, abrasão, punção e agressão dos raios U.V.
A resistência química do revestimento anticorrosivo com o Sistema Fibersals é ajustada conforme a agressividade do produto e o grau de exposição (o que também interfere na garantia contratual oferecida, que varia entre 05 e 15 anos).
Outro importante benefício do Sistema Fibersals é que ele é tido como um sistema definitivo: não se perde nunca. Ele pode ser reparado durante toda a sua vida útil – o que é importantíssimo para o setor industrial.
Necessidades mudam, fábricas são expandidas, bacias de contenção precisam ser aumentadas, divididas, modificadas. Com o Sistema Fibersals é possível fazer reparos localizados durante toda a vida útil do sistema de impermeabilização (estimada em mais de 30 anos), com fusão química total das novas camadas com aquelas já aplicadas – voltando a formar um sistema de impermeabilização monolítico e sem emendas.
Empresa de impermeabilização com experiência na indústria de celulose e papel
A Fibersals Impermeabilização é uma empresa com atuação em todo o Brasil. Temos experiência nos mais diversos segmentos industriais, incluindo a indústria de papel e celulose.
A empresa tem ampla experiência no atendimento a grandes empresas com requisitos específicos relacionados a treinamentos, credenciamento e gestão da saúde do trabalho e riscos ambientais no canteiro de obras.
Também possuímos expertise no trabalho em Paradões de Manutenção, espaços confinados e/ou em altura.
Impermeabilização de tanques e bacias de contenção para o setor de celulose e papel
Para o dimensionamento correto da impermeabilização, nossa equipe precisa de dados específicos do projeto.
Entre eles, estão:
- Agente químico que terá contato com a superfície, bem como sua diluição;
- Tipo de armazenamento (primário/constante ou secundário/eventual);
- Exposição ou não às intempéries;
- Temperatura de contato.
Com estes dados, é projetado o buildup ideal, com todas as camadas e reforços necessários para cada tipo de agressor.
Passo a passo da impermeabilização com o Sistema Fibersals
Basicamente, o processo de impermeabilização com o Sistema Fibersals consiste nas seguintes etapas:
- Preparação do substrato: incluindo limpeza e recuperação de segmentos deteriorados;
- Aplicação de Primer: produto específico para ambientes da alta agressividade e para substratos com umidade residual;
- Aplicação de Compósito Poliéster: camadas de resina poliéster são aplicadas e 100% reforçadas no local;
- Barreira química: varia conforme a agressividade à que o revestimento estará exposto;
- Camada de acabamento: topcoat, que pode receber aditivos a depender da agressividade. Nesta camada pode ser feita a demarcação de áreas de atenção, caminhos seguros, áreas de chuveiro/lava-olhos e demais demarcações de segurança.
Alguns dos casos mais comuns na indústria de celulose são:
AGRESSOR | SISTEMA FIBERSALS | |
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA | TEMPERATURA MÁXIMA POSSÍVEL NO ARMAZENAMENTO | |
Licor negro fraco | Qualquer | 80°C |
Licor negro forte | Qualquer | 105°C |
Licor verde | Qualquer | 80°C |
Licor branco | Qualquer | 80°C |
Ácido sulfúrico | Até 50% | 100°C |
Ácido sulfúrico | Até 75% | 80°C |
Ácido sulfúrico | Até 80% | 50°C |
Hidróxido de sódio | Até 5% | 80°C |
Hidróxido de sódio | Até 25% | 65°C |
Hidróxido de sódio | De 25% até 50% | 80°C |
Ácido clorídrico | Até 30% | 100°C |
Ácido clorídrico | Até 32% | 70°C |
Ácido clorídrico | Até 36% | 50°C |
Dióxido de cloro | Qualquer | 95°C |
Sulfeto de sódio | Qualquer | 100°C |
Peróxido de hidrogênio | Até 30% | 65°C |
Peróxido de hidrogênio | Até 35% | 40°C |
Hipoclorito de cálcio | Qualquer | 80°C |
Hipoclorito de sódio | Até 17% | 65°C |
Hipoclorito de sódio | Até 25% | 40°C |
Aplicações do Sistema Fibersals na Indústria de Papel Celulose
Alguns exemplos de aplicação do Sistema Fibersals são:
- Impermeabilização de bacias de contenção: de Licor Negro, de Licor Verde, de Licor Branco, de Ácido Sulfúrico, de Tanque de Dregs, de tanques de armazenamento de produtos químicos, entre outros;
- Impermeabilização de tanques de armazenamento de produtos químicos, como ácido sulfúrico, hidróxido de sódio, ácido clorídrico, dióxido de cloro, sulfeto de sódio, peróxido de hidrogênio, hipoclorito de cálcio, hipoclorito de sódio, entre outros;
- Impermeabilização de tanque clarificador;
- Impermeabilização de tanque de equalização;
- Impermeabilização de sump tank;
- Impermeabilização de ETE;
- Impermeabilização de ETA;
- Impermeabilização de lajes de cobertura;
- Impermeabilização de reservatórios de água de consumo (sem afetar a potabilidade da água).
Perguntas frequentes sobre o tema
Qual é o processo de fabricação do papel?
A madeira é descascada, picada, classificada, cozida, depurada e branqueada para a produção da celulose. Depois, a massa de celulose passa para a máquina de papel. Na máquina, é preparada, formada, prensada, seca, calandrada, acabada, enrolada, rebobinada, finalizando com a embalagem do papel.
Quais agentes químicos são comumente utilizados na produção de celulose e papel?
Agentes químicos são utilizados em praticamente todas as fases da produção de celulose e papel. No cozimento da madeira, podem ser utilizados Hidróxido de Sódio (Soda Cáustica), Sulfeto de Sódio, Ácido Sulfúrico, entre outros agentes. Já no processo de Branqueamento da Celulose, são comumente utilizados Cloro, Dióxido de Cloro, Hidróxido de Sódio (Soda Cáustica), Hipoclorito de Sódio, Hipoclorito de Cálcio, Peróxido de Hidrogênio, Ácido Clorídrico, Ácido Sulfúrico, entre outros.
Para a fabricação de papel, podem, ainda, ser utilizados agentes de retenção, refinamento, colagem e outros agentes químicos para conferir as qualidades desejadas ao produto final.
Quais são os licores utilizados na indústria de papel celulose e quais as diferenças entre eles?
O Licor Branco, formado pela mistura de hidróxido de sódio (NaOH) e sulfeto de sódio (Na2S), é utilizado no cozimento da madeira na indústria de celulose. Sua função é dissolver a lignina da madeira, liberando as fibras de celulose.
O Licor Negro, também conhecido como Licor Preto, ou Lixívia, é o subproduto gerado pelo cozimento da madeira com o Licor Branco. Ele é formado, basicamente, por 16% de sólidos, 37,4 g/L de Na2CO3 + NaOH, 7,4 g/L de Na2S, 1,6 g/L de Na2SO4 e 63,5 de NaOH (total). Ele é queimado para utilização na recuperação dos agentes químicos e para a geração de energia.
Já o Licor Verde é formado pelo fundido gerado na queima do Licor Negro ao ser solubilizado em água. Ele tem cor verde devido aos sais ferrosos presentes em sua composição, sendo rico em carbonato de sódio e sulfeto de sódio. O Licor Verde, através da caustificação, resulta novamente em Licor Branco, que é clarificado e utilizado no processo de cozimento da madeira.
Como devem ser construídas as bacias de contenção na indústria de papel celulose?
As bacias de contenção devem seguir as regras estabelecidas pelas entidades fiscalizadoras do meio-ambiente. Algumas NBRs (como a ABNT NBR 17.505, de 2013) estabelecem critérios para a construção de bacias e diques de contenção. Como este é um assunto complexo, preparamos um e-book com os principais pontos a serem levados em consideração.
Qual o melhor método para impermeabilizar bacias de contenção de produtos químicos?
O melhor método para impermeabilizar bacias de contenção de produtos químicos, seja na indústria de papel e celulose ou em outros ramos industriais, é o Sistema Fibersals.
Este é um sistema resistente à corrosão dos agentes químicos, sendo aplicado líquido no local, e se moldando à superfície existente, com envelopamento total. É um sistema resistente e durável, aplicado por empresa especializada, com expertise em indústrias dos mais variados portes e setores, incluindo o de papel e celulose.
Conclusão
Apesar de ter similaridades com outros ramos da indústria, o setor de papel e celulose tem necessidades bem particulares quando se trata de impermeabilização. Isso se deve ao uso de produtos químicos com potencial corrosivo em praticamente todas as fases da operação.
É importantíssimo buscar por empresas com experiência no setor, idôneas e preparadas para atender às demandas de SSMA decorrentes do trabalho nas plantas de celulose e papel.
Com atuação em todo o Brasil e milhares de metros quadrados impermeabilizados desde 1985, a Fibersals oferece a melhor solução para impermeabilizar tanques, bacias de contenção e ETEs, com longa garantia.
Se a sua indústria busca impermeabilização de qualidade, fale com a nossa equipe:
Referências:
CASTRO, Heizir F. de. Processos Químicos Industriais II. Apostila 4: Papel e Celulose. 2009. Disponível em: https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840556/434/apostila4papelecelulose.pdf
EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e IEA(International Energy Agency). A Indústria de Papel e Celulose no Brasil e no Mundo: panorama geral. 2021. Disponível em: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-650/Pulp%20and%20paper_EPE+IEA_Portugu%C3%AAs_2022_01_25_IBA.pdf
FIBERSALS. Revestimento em bacia de contenção de produtos químicos: como fazer. Disponível em: https://fibersals.com.br/blog/revestimento-em-bacia-de-contencao-de-produtos-quimicos-como-fazer/
FIBERSALS. Impermeabilização de tanques de contenção: desafios e soluções. Disponível em: https://fibersals.com.br/blog/impermeabilizacao-de-tanques-de-contencao/
FIBERSALS. Tanque de armazenamento industrial: tipos e regulamentação. Disponível em: https://fibersals.com.br/blog/tanque-de-armazenamento-industrial/
KLABIN. Máquina 9. 2015. Disponível em: https://klabin.com.br/documents/400373575/0/MP9.pdf/e22e765f-dbab-930c-79d2-08ed17df221a?t=1669995100644
SAMANI, Niti. Paper Manufacturing Process: How Paper is Made? Disponível em: https://www.deskera.com/blog/paper-manufacturing-process-how-paper-is-made/
TIAGO, Elrian. Processo de recuperação de licor na indústria de papel e celulose. 2022. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/processo-de-recupera%C3%A7%C3%A3o-licor-na-ind%C3%BAstria-papel-e-celulose-tiago/